01 dezembro 2013

 

Que recuperação?


 

Suponhamos que a economia vai recuperar um dia, mas a que preço?

À custa da brutal descida dos salários, vencimentos e pensões, do desmantelamento da legislação laboral, da asfixia da classe média, do desemprego avassalador, do esfrangalhamento do Estado Social.

Parte dessas perdas nunca mais serão recuperadas; outras sê-lo-ão, a passo de caracol, até levar tempo a atingir o nível que se tinha atingido antes de se ter provocado a queda. Qualquer subida parecerá, então, uma recuperação, um progresso. Assim acontecerá com os salários e vencimentos, mas será isso recuperação para quem foi forçado a descer de nível?

E recuperará quem perdeu (porque alguns não perderam; ganharam; vão continuar a ganhar) a integralidade do que perdeu, mesmo restringindo a recuperação à parte puramente patrimonial?  

Não ficarão muitos de fora até ao fim das suas vidas?

Não ficarão outros à mercê de quem foi fortalecido com o abaixamento deliberado do nível que lhes foi outorgado como direito básico?

Não ficarão tantos e tantos arredados da terra onde nasceram e onde sonharam uma pátria?

 





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