28 janeiro 2014
Homenagem justa, mas tardia, mas ainda a tempo
Pode sempre dizer-se que mais vale tarde do que nunca. Neste caso foi mesmo muito tarde...
Mas valeu a pena evidentemente a homenagem, passados 40 anos sobre o 25 de Abril (neste caso Abril vai com letra grande, não por recusa da nova ortografia, mas pela grandeza da data), aos advogados dos presos políticos julgados nos tribunis plenários da ditadura.
Poderá talvez aos novos advogados de hoje parecer fácil o que aqueles homens (gratuitamente) fizeram, mas não foi. Eles correram sérios riscos, profissionais e pessoais.
Fizeram-no por militância democrática e enfrentando esses riscos, conhecendo-os. A barra dos plenários tornou-se, pela sua ação, uma barricada de luta. Contribuíram, no seu posto, para que a democracia fosse possível.
Hoje os problemas que enfrentamos são outros. Mas a luta pelo direito não acabou. E uma nova militância é necessária, para defesa dos direitos entretanto adquiridos e gravemente em risco de extinção.
Detenhamo-nos porém hoje nessa homenagem aos que nos tempos sombrios e difíceis estiveram presentes e enfrentaram magistrados que não mereciam esse nome, pois obedeciam às instruções da PIDE, desonra suprema para um magistrado.