03 março 2017

 

A tradição memorialística anglossaxónica

Com grande respeito se fala em Portugal da tradição anglossaxónica de os políticos reformados escreverem as memórias, uma autêntica "prestação de contas ao povo", segundo dizem os admiradores da tradição. Tenho algumas dúvidas sobre a verdadeira natureza daquela tradição. Lembrando-me do caso de Clinton (o Bill, claro), e do Tony (o Blair, claro) e de como enriqueceram com as "memórias", fico realmente na dúvida. Agora junta-se ao clube dos memorialistas o casal Obama. E parece claro que a tradição ainda é o que era, ou antes, é melhor do que era... Na verdade, o simpático casal vai receber "à cabeça" 60 milhões de dólares por dois livros, ele escreverá as memórias presidenciais, ela a autobiografia ("para inspirar os jovens"). Nada mau. E ninguém lhes leva a mal. Cá no nosso burgo, Cavaco quis também ele adotar a tradição anglossaxónica, mas logo vieram dizer que ele tem é inveja da popularidade do atual presidente, que devia é estar calado, ainda é muito cedo para abrir o bico, etc. Enfim, a tradição anglossaxónica continua a ter muito admiradores em Portugal, mas quando praticada nos países de origem.





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