20 junho 2006
Aos grandes homens do Momento
Gazetilha
Dos Lloyd Georges da Babilónia
Não reza a história nada.
Dos Briand da Assíria ou do Egipto,
Dos Trotskys de qualquer colónia
Grega ou romana já passada,
O nome é morto, inda que escrito.
Só um parvo dum poeta, ou um louco
Que fazia filosofia,
Ou um geómetra maduro
Sobrevive a esse tanto pouco
Que está lá para trás no escuro
E nem a história já historia.
Ó grandes homens do Momento!
Ó grandes glórias a ferver
De quem a obscuridade foge!
Aproveitem sem pensamento!
Tratem da fama e do comer,
Que amanhã é dos loucos de hoje!
Fernando Pessoa/Álvaro de Campos
Dos Lloyd Georges da Babilónia
Não reza a história nada.
Dos Briand da Assíria ou do Egipto,
Dos Trotskys de qualquer colónia
Grega ou romana já passada,
O nome é morto, inda que escrito.
Só um parvo dum poeta, ou um louco
Que fazia filosofia,
Ou um geómetra maduro
Sobrevive a esse tanto pouco
Que está lá para trás no escuro
E nem a história já historia.
Ó grandes homens do Momento!
Ó grandes glórias a ferver
De quem a obscuridade foge!
Aproveitem sem pensamento!
Tratem da fama e do comer,
Que amanhã é dos loucos de hoje!
Fernando Pessoa/Álvaro de Campos