15 junho 2006

 

A sedução da “flexibilidade”…

Se não há flexibilidade nas políticas do governo português, qualquer dia o país encerra definitivamente (e não é para obras....).

Já começaram a encerrar ou manifestaram essa intenção (apesar da eventual discussão sobre alternativas - criadas ou existentes - de superior qualidade) v.g. quanto a maternidades, hospitais psiquiátricos, escolas, estabelecimentos prisionais.

Fábricas pertencentes a empresas nacionais ou internacionais têm vindo a ser encerradas e outras estão em vias disso (actualmente temos o caso da Opel - Azambuja v. Saragoça - com 1700 trabalhadores, a fazer fé nas notícias dos jornais).

Grandes projectos de investimento têm vindo a ser gorados logo na fase das negociações por razões que a razão desconhece.

Eu sei que não deve ser fácil governar um país que parece ingovernável. Claro que é muito mais “atraente” protestar, criticar, denegrir, destruir (sem critério, nem responsabilidade) do que construir.

Mas, o governo não pode limitar-se a seduzir (com todo o espectáculo mediático envolvente), superficialmente o povo português com uma ágil ginástica de palavras, verbalizando (apenas) em discursos, projectos, estratégias, resoluções ou reformas (embora, muitos desses objectivos sejam, na verdade, necessários se queremos evoluir).

Há que ser maleável, flexível, aberto e ter uma visão de futuro a curto e a longo prazo.
Claro que os resultados também só se alcançam a longo prazo.
Mas, não haverá já demasiados sinais para inflectir na visível intransigência?
É que sem esclarecimentos públicos convincentes e claros, sem informações que expliquem certas atitudes políticas (nem tudo é “segredo de deuses”) tudo parece prepotência e intolerância.

Será que os incentivos do governo português ao investimento nacional e estrangeiro são tão sedutores assim, como acontece noutros países próximos (v.g. em Espanha)?
É que quando chega a hora da verdade toda a gente (e estou a exagerar) se vai embora ou fecha a porta... e os sinais positivos do crescimento económico têm sido insignificantes para tantas medidas e restrições que até agora foram tomadas.

Um elevado nível de “transparência”, de “clareza” e de “eficácia” talvez permitissem ainda apaziguar os protestos, as greves e seduzir de algum modo os parceiros sociais, os investidadores, bem como mobilizar e sensibilizar a participação activa da sociedade civil.
A transparência, a clareza e a flexibilidade são uma forma de permitir o controlo externo necessário à consolidação da moderna democracia.
A eficácia é necessária para o sucesso das promessas feitas e para credilibilizar a actuação governativa.
De resto, estes deverão ser, também, objectivos para quem quer estar na “vanguarda da modernidade”!
É que a bonança das favoráveis sondagens não são eternas...





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