21 outubro 2006
Direita/Esquerda
Actualmente, muito se fala das diferenças entre Direita e Esquerda (e é propositadamente que escrevo estas designações com letra maiúscula). Normalmente, os articulistas são da Esquerda, embora, por vezes, certos arautos da Direita também venham a terreiro numa tentativa de recentramento dos ideais que seriam os da verdadeira Direita, face a um suposto apagamento de fronteiras entre uma e outra, de que, por exemplo, Pacheco Pereira é um dos ideólogos. Mas, no geral, a Esquerda é que manifesta mais pruridos na demarcação do seu território.
Trata-se, segundo creio, de uma verdadeira crise de identidade. Quanto mais martela a sua diferença, tanto mais a Esquerda (uma Esquerda reconduzida ao mínimo denominador comum do que sobrou de todas as esquerdas), vai fazendo o «trabalho sujo» (a expressão não é minha) que competiria à Direita.
No âmbito das políticas concretas, ela é cada vez mais de Direita, relegando a sua pulsão esquerdista para o âmbito das questões mais ideológicas: o aborto, o casamento e a adopção entre homossexuais, a luta contra os «privilégios do funcionalismo público – arremedo demagógico da velha luta de classes – e, de certo modo, as questões culturais, tomadas como bandeira ideológica.
Trata-se, segundo creio, de uma verdadeira crise de identidade. Quanto mais martela a sua diferença, tanto mais a Esquerda (uma Esquerda reconduzida ao mínimo denominador comum do que sobrou de todas as esquerdas), vai fazendo o «trabalho sujo» (a expressão não é minha) que competiria à Direita.
No âmbito das políticas concretas, ela é cada vez mais de Direita, relegando a sua pulsão esquerdista para o âmbito das questões mais ideológicas: o aborto, o casamento e a adopção entre homossexuais, a luta contra os «privilégios do funcionalismo público – arremedo demagógico da velha luta de classes – e, de certo modo, as questões culturais, tomadas como bandeira ideológica.