05 novembro 2008
Notícias do vírus
Foi aberta a primeira brecha no saudável sistema financeiro português. O Banco Português de Negócios (BPN) foi atacado pela crise; gripou com os primeiros frios invernais e o Governo resolveu atalhar a doença com a mezinha radical que vem sendo aplicada noutros países, nacionalizando-o. Parece que a doença já vinha de trás, desde antes de a epidemia se ter declarado mundialmente e, ao que se diz, a moléstia tem origens obscuras, que radicam numa pouco salutar gestão dos seus recursos ou mesmo em desvios que apontam para práticas pouco recomendáveis e não condizentes com as normas impostas pelos códigos e regulamentos das boas condutas. O que é certo é que o Governo decidiu atacar, antes que o vírus se comunicasse a outros organismos, por ora considerados saudáveis.
Ao que consta, o ex-ministro Miguel Cadilhe andava a tentar endireitar o banco e alvitrava para a sua cura uma injecção de alguns milhões de euros, que o Estado deveria, como bom enfermeiro, na sua redescoberta função de curador de maleitas financeiras dos bancos privados, ministrar-lhe com a seringa bem assestada na região nadegueira, alçada à oportuna intervenção pública. Em vez disso, o Governo optou pela nacionalização, isto é, ao invés de lhe ministrar a solicitada injecção de capital penicilina, mete o banco no grande hospital em que se estão a converter os Estados, para evitar o espalhamanto do foco infeccioso. Depois de expurgada a infecção, é provável que se lhe dê alta e o banco, já refeito, possa retornar à livre iniciativa privada.
Ao que consta, o ex-ministro Miguel Cadilhe andava a tentar endireitar o banco e alvitrava para a sua cura uma injecção de alguns milhões de euros, que o Estado deveria, como bom enfermeiro, na sua redescoberta função de curador de maleitas financeiras dos bancos privados, ministrar-lhe com a seringa bem assestada na região nadegueira, alçada à oportuna intervenção pública. Em vez disso, o Governo optou pela nacionalização, isto é, ao invés de lhe ministrar a solicitada injecção de capital penicilina, mete o banco no grande hospital em que se estão a converter os Estados, para evitar o espalhamanto do foco infeccioso. Depois de expurgada a infecção, é provável que se lhe dê alta e o banco, já refeito, possa retornar à livre iniciativa privada.