18 setembro 2009

 

Um estudo oportuno sobre "fontes" de informação

O que hoje o DN noticia sobre a "bomba" que em Agosto o "Público" lançara sobre as "escutas" de que a PR seria "vítima" e sobre o "espião" do Governo infiltrado na PR ("denúncia" que me pareceu logo suspeita, mas que atribuí ao deserto de notícias no mês de Agosto...), a confirmar-se, é mau de mais. Digo "a confirmar-se" sabendo que a confirmação plena será difícil; mas é incontestável que os "indícios" (as "evidências", como agora dizem alguns jornalistas e mesmo alguns juristas) são "fortes". Veja-se, a propósito, o artigo do provedor do "Público" do passado domingo, que terá continuação, prometeu ele, no próximo.
A "encomenda" de notícias, e das respectivas "caixas", não é infelizmente um acto anómalo. Precisamente ontem, noticiava o mesmo "Público" (p. 14) a publicação de um estudo sobre "Fontes sofisticadas de informação", da autoria de Vasco Ribeiro, donde se podem retirar afirmações tão importantes como as seguintes: só um terço do noticiário político parte da iniciativa das redacções dos jornais; mais de 60% do noticiário é induzido por assessores de imprensa, relações-públicas, consultores de comunicação e porta-vozes.
Estas "fontes" raramente são reveladas, porque os "técnicos de comunicação" não gostam de aparecer e os jornalistas não gostam de os mostrar...
E esta situação vai agravar-se: "os assessores acordam a pensar na melhor maneira de marcar a ordem do dia e os jornalistas têm cada vez menos tempo para pensar, para questionar."
Um livro oportuníssimo, como se vê. Um retrato implacável, em que encaixa por inteiro o "caso das escutas e do espião".





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