15 dezembro 2009

 

A reincidência de Blair

A propósito da entrevista de Toni Blair, ocorre-me o seguinte: o derrube de Saddam Hussein, para o qual era necessário arranjar qualquer pretexto, ainda que falso, não foi só o derrube de Saddam Hussein; foi o desmantelamento de um país, a infernização do quotidiano de um povo, que já dura há mais de 6 anos, o acirramento de ódios religiosos e tribais, o terrorismo como «pão nosso de cada dia», milhares de mortos, estropiados e feridos, o êxodo e o exílio forçados de outros quantos milhares. Que mal fez este povo para merecer tanto infortúnio? Que extirpação de que mal justifica a criação de outro mal e, ainda por cima, maior do que o que se pretendia extirpar? O que é que pode fundamentar um tão hediondo crime, uma tamanha catástrofe humanitária?
Por isso, a entrevista de Blair, ao reiterar agora, que tudo isto está à vista, a necessidade de inventar um pretexto, ainda que falseando a realidade, para invadir o Iraque, é um crime acrescentado ao crime já cometido.





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