24 março 2012

 

A actuação policial

A nossa polícia continua a não se saber conter. Ou então será mesmo ódio invencível o que a comanda em relação às manifestações (pelo menos,certas manifestações), ou fantasmas que lhe criam os responsáveis pelo seu treino e actuação. Basta um mínimo pretexto, e é como se uma mola dispare e active o movimento cego daqueles agentes e eles desatem, como autómatos, a
correr todas as pessoas a eito à bastonada, varrendo ruas, passando por cima de obstáculos, levando tudo na sua frente. Uma máquina repressiva em movimento, incapaz de pensar, de discernir, de ter mão nos seus impulsos. Ramalho Ortigão escreveu nas suas “Farpas” que a polícia não se fez para dar, mas para levar. E, com o exagero e a ironia que se contém nessa afirmação, a verdade é que lhe subjaz toda uma filosofia policial. A polícia fez-se para suportar, mais do que o cidadão comum, a provocação e até certas formas de agressão, respondendo
proporcionada e friamente a elas, e não, como muitas vezes se vê e ouve, levando à conta de agressão intolerável qualquer insulto ou gesto inamistoso, e pondo-se logo a escaqueirar desenfreadamente tudo o que vê pela frente.





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