03 junho 2012

 

Uma rainha inexistente

Decorria o ano de 1952, era eu miúdo, e passou lá na minha terra um filme chamado "A coroação de Isabel II". Foi um êxito a todos os títulos: sala cheia, emoção geral. Nesse dia declarei-me monárquico. Depois o meu monarquismo arrefeceu e gelou mesmo. Hoje pasmo com a emoção que percorre um país culto e desenvolvido em torno do "jubileu" daquela rainha. Como é possível uma manifestação tão infantil de entusiasmo pela "soberana"? Quem é afinal o "soberano" em democracia? Como compreender todo o ritual bacoco e medieval que enforma as "comemorações"? Quem é afinal aquela mulher? Exprimiu alguma vez uma ideia própria? Teve alguma iniciativa, louvável ou não? O seu valor é, afinal, a pura ausência, a total inexistência? É apenas uma máscara, um boneco de cera? É esse o seu valor? Como explicar a adesão de 80º dos súbditos (não cidadãos) à sua soberana? Mistérios insondáveis de uma monarquia sólida.





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