03 junho 2013

 

Unidade da esquerda? Esqueçam!

Mário Soares promoveu uma conferência para unir a esquerda. Foi uma iniciativa muito mediática e juntou muita e variada gente. Sabe-se que MS tem muitas culpas no cartório, já que foi ele o grande responsável da instituição do chamado "arco da governação", um arco estreito em que só cabem o PS, o PSD e o CDS.
Mas isso são tempos idos e agora MS promove a unidade da esquerda. Tudo bem. O problema é que ele agora não está no poder e parece não ter poder sobre o próprio PS. Hoje, no "Público" Correia de Campos vem "lembrar" que tudo isso de unidade é para esquecer, que o PS tem de governar sozinho (ter uma "agenda autónoma"); e para os outros partidos de esquerda reserva a função (útil, se não mesmo estratégica, para o PS) de ser "refúgio garantido de novos descontentes, abafando qualquer movimento populista", ou seja, traduzindo: os partidos à esquerda do PS têm a função ("patriótica") de servir de almofada (canalizando para um protesto institucional/pacífico/comedido) para o descontentamento popular que a política de austeridade do atual governo e do futuro governo do PS (que deverá prosseguir o "necessário ajustamento", que significa precisamente manter a austeridade, mas com "mais tempo" e em "condições mais justas") necessariamente desencadeia.
Correia de Campos explicou, Seguro já não precisa de voltar ao tema. O "arco" não será ampliado.





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