26 dezembro 2015
BANIF
Acho que já foi dito tudo sobre o
BANIF.
Ainda hoje, na sua habitual
coluna, no Público, Pacheco Pereira
tece alongadas e ajustadas considerações sobre o caso.
Isso não impede, porém, que não
sintamos necessidade de exprimir a nossa indignação. Pessoalmente, sinto como
uma afronta esta partilha social dos prejuízos e esta remoção de todo o lixo
para o capítulo dos encargos a suportar pela sociedade anónima dos cidadãos (os
contribuintes, como agora se diz), entregando aos capitalistas mais um banco
limpinho e a preços de saldo.
Tem sido este o padrão seguido
nestes últimos anos. Temos vindo (temos? Outros o fazem por nós, alegando
descaradamente o nosso benefício) a desfazer-nos de tudo o que ainda vale
alguma coisa, e de uma forma apressada e mesmo urgente, como passadores furtivos
de património de suspeita proveniência.
Que, ao menos, o prometido inquérito parlamentar venha a desvendar os
turvos caminhos que a coisa parece ter
seguido, mostrando ao mesmo tempo o brio patriótico dos nossos deputados. E que
se esclareça o obscuro papel de certas instituições europeias, que parecem
apostadas na ruína de países como o nosso.