08 setembro 2016
O vaticínio de Joseph Stiglitz
O prémio Nobel da Economia Joseph
Stiglitz alerta mais uma vez para a ameaça que ronda a zona euro com a
manutenção de uma moeda comum aos vários países e vaticina, nomeadamente para o
nosso país, um futuro cheio de dificuldades, sem conseguir fazer arrancar a
economia, amarrado que está às políticas de austeridade impostas pela Alemanha.
Na sua opinião, será mais custoso para o país manter essa situação de
alinhamento forçado com as políticas da moeda única, do que sair do euro por um
processo amigável (“um divórcio amigável”, diz ele).
A manutenção do país na moeda
única tem defensores e opositores, que, às vezes, parecem mais imbuídos de
proselitismo, em função de determinados desígnios, do que realmente
observadores ou analistas objectivos da situação, e isso tanto à direita, como
à esquerda. Porém, o facto de haver personalidades internacionais como Joseph
Stiglitz (entre nós, vejam-se, por exemplo, os estudos de Ferreira do Amaral) que
alertam para os problema decorrentes de uma moeda única mal estruturada e os
entraves que se colocam ao nosso desenvolvimento futuro, deve, pelo menos, fazer
despertar em nós o sentido crítico e desenvolver o nosso espírito de autonomia
e de independência, em vez de um seguidismo cego e de uma submissa reverência,
como foi norma no passado recente, a instituições e entidades que nos querem fazer
encarreirar forçadamente nos trilhos de uma orientação que não corresponde aos
nossos interesses. Isto, apesar dos comprovados maus resultados a que tal política
nos tem conduzido, nomeadamente no que se refere ao colete de forças que nos
amarra a uma estagnação económica.