03 outubro 2016
A democracia europeia
As ameaças a Portugal
voltam. Depois das sanções, é o congelamento de fundos comunitários. Não saímos
disto. Vamos ter esta malta a abocanhar-nos as canelas enquanto não cedermos às
suas exigências. Portugal é um país pequeno, irrelevante, que eles podem ameaçar
à vontade. Fosse um dos grandes e eles meteriam o rabo entre as pernas, como já
têm feito.
O que se passa com a
candidatura a secretário-geral das Nações Unidas é também bastante eloquente
dos processos usados pela tal União. Isto de meter à pressa, na corrida, a vice-presidente
da Comissão, depois de ter estado ausente de todas as provas até aqui
desenvolvidas, em que António Guterres saiu claramente vencedor, é uma manobra
inconcebível. Todo um processo aparentemente democrático é mandado às urtigas por
conveniências e combinatas de bastidor, nas quais pontificam os inevitáveis Angela
Merkel e Claude Junker.
Jorge Sampaio disse
educadamente que lamentava a falta de “neutralidade” da União Europeia. Mas não
é só falta de neutralidade. É golpismo. Torpedeamento de um processo que devia
ser mais cristalino, pela intrusão desavergonhada de uma tal Kristalina.