05 maio 2006
Um conspirador confessa-se
Afinal Zacarias Moussaoui foi condenado por que factos? Envolvimento pessoal no 11 de Setembro não houve. Ter-se-á provado qualquer acto concreto de conspiração? Algum acto executivo de qualquer crime? Inscrever-se numa escola de pilotagem para eventuais futuros ataques aéreos é um acto executivo?
É claro que ele confessou ser membro da Al-Qaida. E ter como missão pilotar um quinto avião no 11 de Setembro. Mas parece que ninguém acreditou nisso. Aliás como acreditar se ele foi preso um mês antes devido a comportamento manifestamente pouco discreto, digamos mesmo conspirativamente suicida? Que conspirador era este que tudo fez para chamar a atenção para si, que manifestamente queria que toda a gente soubesse que ele era um terrível "inimigo da América"?
Um julgamento estranho, em que as provas da acusação eram processualmente nulas, mas onde prevaleceu uma confissão dum exibicionista à procura de lugar no panteão islâmico (se não mesmo um lugar privilegiado no paraíso celeste).
Como podia ser de outra maneira? A opção não era entre condenação e absolvição, mas entre a pena de morte e a de prisão perpétua. A opinião pública americana, escusado será dizê-lo, não "poderia" aceitar terceira via. Em todo o caso, Moussaoui teve direito a julgamento público num tribunal comum. (Não será isso o reconhecimento implícito de um certo "sentimento de culpa" por parte das autoridades americanas?) O que sabemos que não acontecerá com os presumíveis responsáveis pela organização dos atentados, que estão presos em locais secretos e nada se sabe quanto ao destino que lhes está reservado.
É claro que ele confessou ser membro da Al-Qaida. E ter como missão pilotar um quinto avião no 11 de Setembro. Mas parece que ninguém acreditou nisso. Aliás como acreditar se ele foi preso um mês antes devido a comportamento manifestamente pouco discreto, digamos mesmo conspirativamente suicida? Que conspirador era este que tudo fez para chamar a atenção para si, que manifestamente queria que toda a gente soubesse que ele era um terrível "inimigo da América"?
Um julgamento estranho, em que as provas da acusação eram processualmente nulas, mas onde prevaleceu uma confissão dum exibicionista à procura de lugar no panteão islâmico (se não mesmo um lugar privilegiado no paraíso celeste).
Como podia ser de outra maneira? A opção não era entre condenação e absolvição, mas entre a pena de morte e a de prisão perpétua. A opinião pública americana, escusado será dizê-lo, não "poderia" aceitar terceira via. Em todo o caso, Moussaoui teve direito a julgamento público num tribunal comum. (Não será isso o reconhecimento implícito de um certo "sentimento de culpa" por parte das autoridades americanas?) O que sabemos que não acontecerá com os presumíveis responsáveis pela organização dos atentados, que estão presos em locais secretos e nada se sabe quanto ao destino que lhes está reservado.