22 outubro 2006
Uma cultura da liberdade.
"A atracção pela morte é um dos sinais da decadência.Portugal deveria estar, neste momento, a discutir o quê?Seguramente, o modo de combater o envelhecimento da população. (...) Em lugar disto, porém, discute-se o aborto.Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis).Debate-se a eutanásia.Promove-se uma cultura da morte."
Os ditos temas que "fracturam" a sociedade portuguesa tratam-se de meros problemas de reconhecimento político e, consequencialmente jurídico, de direitos. Como tal, o Estado deve empenhar-se na sua verdadeira promoção, ainda que não possa transformar um direito num dever-ser; antes reconhecer a necessidade de um ser deficitário progredir para um poder-ser.
Por muitas voltas que possam ser dadas, com justificações de abusivo planeamento familiar ou de promoção de uma cultura da morte (?), a questão da descriminalização do aborto trata-se, tão-só, de reconhecer direitos a cada um poder dispor do seu corpo do modo como entender.
Não poderá a liberdade que uma mulher deveria ter em decidir se parte do seu corpo gera ou não, em nove meses, no seu útero, uma nova vida ser equiparada à mesma liberdade que hoje se encontra garantida a qualquer pessoa de colocar parte do seu corpo a funcionar, produzir um determinado raciocínio, uma certa opinião, e reproduzi-la de uma forma exteriormente apreensível? Por muito improvável e insustentável que pessoalmente essa opinião nos possa parecer?
Parece-me que sim. E a isso, julgo, chama-se cultivar a liberdade.
Os ditos temas que "fracturam" a sociedade portuguesa tratam-se de meros problemas de reconhecimento político e, consequencialmente jurídico, de direitos. Como tal, o Estado deve empenhar-se na sua verdadeira promoção, ainda que não possa transformar um direito num dever-ser; antes reconhecer a necessidade de um ser deficitário progredir para um poder-ser.
Por muitas voltas que possam ser dadas, com justificações de abusivo planeamento familiar ou de promoção de uma cultura da morte (?), a questão da descriminalização do aborto trata-se, tão-só, de reconhecer direitos a cada um poder dispor do seu corpo do modo como entender.
Não poderá a liberdade que uma mulher deveria ter em decidir se parte do seu corpo gera ou não, em nove meses, no seu útero, uma nova vida ser equiparada à mesma liberdade que hoje se encontra garantida a qualquer pessoa de colocar parte do seu corpo a funcionar, produzir um determinado raciocínio, uma certa opinião, e reproduzi-la de uma forma exteriormente apreensível? Por muito improvável e insustentável que pessoalmente essa opinião nos possa parecer?
Parece-me que sim. E a isso, julgo, chama-se cultivar a liberdade.