30 maio 2007
Caça aos pedófilos
Nos últimos anos a pedofilia foi erigida numa das grandes preocupações nacionais e internacionais e os pedófilos juntaram-se aos terroristas e aos traficantes de drogas como novo contingente de inimigos da humanidade, novos rostos de Satanás, passada que está a guerra fria e os inimigos de então, agora domesticados.
A legislação penal endureceu, quer pelo agravamento das penas, quer pelo próprio alargamento do conceito de "criança" (que vai até ao final dos 13 anos), e também das previsões penais, que abrangem a mera detenção de materiais pornográficos, desde que destinados a serem exibidos a crianças. A investigação destes crimes torna-se prioritária (a nova LPC dispõe). E a acção dos tribunais requer-se drástrica, intransigente, impiedosa.
Porque, se assim não for, aí está a comunicação social vigilante, nova consciência moral da comunidade, a apontar o dedo em riste aos juízes complacentes, convocando a justa ira popular contra aqueles senhores.
O puritanismo latente (ou talvez mesmo patente) nessa campanha, que quer fazer de pré-adolescentes (se não mesmo adolescentes) seres virginais anteriores ao pecado original, é tão bafiento que enoja.
Aliás, é absolutamente contraditório com a "pedagogia" negativa que a TV (sobretudo esta) faz sobre as crianças, não só na publicidade, como na programação geral, extremamente agressiva para a sua formação, nomeadamente para a educação sexual (facto tão geralmente reconhecido como escamoteado).
Mas há pior: dá-se a voz a comentadores (ir) responsáveis que reclamam exaltados as "penas máximas" (?) para os pedófilos e inclusivamente a castração dos ditos. Ora isto, meus senhores, é, sem tirar nem pôr, a promoção de ideias fascistas. Terão consciência disso? Não sei se será pior a consciência ou a inconsciência...
A legislação penal endureceu, quer pelo agravamento das penas, quer pelo próprio alargamento do conceito de "criança" (que vai até ao final dos 13 anos), e também das previsões penais, que abrangem a mera detenção de materiais pornográficos, desde que destinados a serem exibidos a crianças. A investigação destes crimes torna-se prioritária (a nova LPC dispõe). E a acção dos tribunais requer-se drástrica, intransigente, impiedosa.
Porque, se assim não for, aí está a comunicação social vigilante, nova consciência moral da comunidade, a apontar o dedo em riste aos juízes complacentes, convocando a justa ira popular contra aqueles senhores.
O puritanismo latente (ou talvez mesmo patente) nessa campanha, que quer fazer de pré-adolescentes (se não mesmo adolescentes) seres virginais anteriores ao pecado original, é tão bafiento que enoja.
Aliás, é absolutamente contraditório com a "pedagogia" negativa que a TV (sobretudo esta) faz sobre as crianças, não só na publicidade, como na programação geral, extremamente agressiva para a sua formação, nomeadamente para a educação sexual (facto tão geralmente reconhecido como escamoteado).
Mas há pior: dá-se a voz a comentadores (ir) responsáveis que reclamam exaltados as "penas máximas" (?) para os pedófilos e inclusivamente a castração dos ditos. Ora isto, meus senhores, é, sem tirar nem pôr, a promoção de ideias fascistas. Terão consciência disso? Não sei se será pior a consciência ou a inconsciência...