24 maio 2009

 

Breves

Amor com amor se paga

A semana passada, o ministro da Justiça referiu negativamente as deficiências da investigação criminal, a cargo do Ministério Público, e os reflexos ruinosos que isso tem na imagem da justiça. O Procurador-Geral da República retrucou-lhe com as deficiências nos serviços e os efeitos devastadores provocados pela reforma dos Códigos Penal e de Processo Penal, permitindo a soltura de «perigosos delinquentes». Por sua vez, o vice-Procurador-Geral vibrou uma machadada fatal, ao afirmar, na sequência de um encontro na Gulbenkian (se não erro) que essa reforma constituía «um garrote» para a investigação dos processos mais complexos e explicou que «garrote» queria dizer «estrangulamento». A investigação criminal foi estrangulada.


Flexibilidade

A palavra mágica. A propósito da proposta da Administração da «Auto Europa» de os trabalhadores passarem a trabalhar ao sábado, como se fosse um dia normal, Belmiro de Azevedo lamentou que os trabalhadores, com a sua recusa, se tivessem mostrado inflexíveis, numa época em que falta trabalho.
Como explicou Fernando Rosas, esta é uma questão político-simbólica. O que está em causa é mais uma tentativa de reversão a situações anteriores à aquisição de certos direitos sociais. Os célebres direitos adquiridos. O que daria jeito – disse o mesmo Rosas - a Belmiro de Azevedo, por causa, nomeadamente dos seus supermercados. Faltou-lhe acrescentar uma coisa: esta é também uma tentativa de fazer pagar a crise a quem foi mais prejudicado por ela.

Estalinismo

Há estalinistas que, tendo mudado de campo ideológico, isto é, tendo passado da «extrema esquerda» totalitária para a «esquerda moderada», como fazem questão de salientar, continuam a ser tão estalinistas como eram. Basta ver e observar. É o que se chama coerência nas atitudes.





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