29 outubro 2009
A fera amansada
Diálogo, diálogo e mais diálogo. A fera passou a cordeiro.
Mas isso traz muito descontentamento. Todos os que gostam de "reformas" estão indignados: o governo é manso, tem medo das ondas.
Sabemos o que significa "reformas" na terminologia política contemporânea: privatizar, no plano da economia e dos serviços do Estado; centralizar, pôr termo às autonomias, no que se refere à administração pública e à justiça.
O governo anterior foi muito louvado até 2007, pelo "ímpeto reformista" que revelou até então: a investida contra magistrados, professores, polícias, magistrados, funcionários públicos em geral, por um lado; as privatizações de empresas públicas e o desmantelamento do SNS, e as perspectivas de privatização da Segurança Social, por outro.
Mas, a partir de 2007, as "reformas" efectivamente perderam algum gás: na Saúde o privatizador-mór (lembro-me dele nas assembleias magnas de Coimbra dos anos 60, na altura não era tão reformista) foi apeado, a Segurança Social acabou por ter uma reforma mantendo a matriz pública, na administração pública passou a haver mais diálogo ou menos agressividade autoritária. A excepção foi a Educação e os resultados estão à vista: a reformadora saiu agora pela porta do cavalo.
Por isso, a direita e as elites bem pensantes do Grémio Literário e de outros "think tanks" estão pesarosas e revoltadas e mais uma vez apontam o dedo apocalíptico: vamos para o abismo, sem as reformas!
Mas talvez venham a ter melhores dias: as feras amansadas nunca são de fiar; em qualquer altura os maus instintos podem vir ao de cima: começam por rosnar, depois rugem, a seguir mordem, depois, depois... não vale a pena pensar...
Mas isso traz muito descontentamento. Todos os que gostam de "reformas" estão indignados: o governo é manso, tem medo das ondas.
Sabemos o que significa "reformas" na terminologia política contemporânea: privatizar, no plano da economia e dos serviços do Estado; centralizar, pôr termo às autonomias, no que se refere à administração pública e à justiça.
O governo anterior foi muito louvado até 2007, pelo "ímpeto reformista" que revelou até então: a investida contra magistrados, professores, polícias, magistrados, funcionários públicos em geral, por um lado; as privatizações de empresas públicas e o desmantelamento do SNS, e as perspectivas de privatização da Segurança Social, por outro.
Mas, a partir de 2007, as "reformas" efectivamente perderam algum gás: na Saúde o privatizador-mór (lembro-me dele nas assembleias magnas de Coimbra dos anos 60, na altura não era tão reformista) foi apeado, a Segurança Social acabou por ter uma reforma mantendo a matriz pública, na administração pública passou a haver mais diálogo ou menos agressividade autoritária. A excepção foi a Educação e os resultados estão à vista: a reformadora saiu agora pela porta do cavalo.
Por isso, a direita e as elites bem pensantes do Grémio Literário e de outros "think tanks" estão pesarosas e revoltadas e mais uma vez apontam o dedo apocalíptico: vamos para o abismo, sem as reformas!
Mas talvez venham a ter melhores dias: as feras amansadas nunca são de fiar; em qualquer altura os maus instintos podem vir ao de cima: começam por rosnar, depois rugem, a seguir mordem, depois, depois... não vale a pena pensar...