03 novembro 2009

 

As "eleições" no Afeganistão

A farsa das "eleições" no Afeganistão chegou ao fim, um fim muito pior que o começo, que já era mau.
O estado de guerra que o país vive não permitia, à partida, a realização de eleições livres e genuínas. Mas os países do "Ocidente" precisavam de um suplemento de "legitimação" para convencerem as suas próprias populações (não a do Afeganistão, evidentemente, essa é carne para canhão, em termos literais) de que é necessário reforçar os efectivos militares naqueles país.
Mas a emenda foi muito pior que o soneto. As eleições foram uma embrulhada de irregularidades e fraudes, de tal forma que o "Ocidente" se viu obrigado a mandar recontar os votos e a fazer com que o vencedor deixasse de ter a maioria absoluta, para que houvesse uma segunda volta, o que daria uma aparência de maior transparência e legalidade.
Mas o candidato alternativo não foi na farsa e desistiu. Em todo o caso, teria que haver segunda volta. Mas o "Ocidente" fez saber que não estava interessado em dispender esforços e meios na segurança às eleições e assim miraculosamente o candidato mais votado passou automaticamente a vencedor!
Estou seguro que esta impostura não enganará os afegãos. E muito dificilmente o pessoal de cá. Alguém acredita sinceramente nessas "eleições"?
E agora que fazer, Obama? Porque é que disse que esta guerra era para ganhar? É certo que todos os presidentes dos EUA têm que ter uma guerra (que cumpre diversas funções políticas, internas e externas, militares e económicas), mas há um limite: é que os EUA não gostam de perder... e agora estão à beira de...
É um dilema terrível para um presidente dos EUA: retirar sem ganhar... Não será melhor dar rapidamente o dito por não dito, retirar enquanto é tempo, porque ninguém lhes pediu para entrarem?





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