04 junho 2010

 

Suspensão da Constituição, competência e rigor


Nisto, não sei o que mais surpreende. Se a súbita sinceridade de quem acabou de aterrar em Portugal e tem de resolver subitamente os problemas financeiros que outros lhe deixaram de herança (nomeadamente um antigo secretário de Estado das finanças entre 1995/99, e ministro das ditas entre 2005/2009), e apresenta um plano consistente e inequívoco sobre o que se vai seguir, corta com anteriores dissociações entre deduções fiscais e aumento de impostos, assumindo que afinal a redução das deduções terá algo a ver com carga tributária, se a competência de quem domina os dados do presente que conformam o futuro, tem uma capacidade de previsão superior, actua de acordo com o máximo ”realismo e rigor”, pelo que, decerto, é tão competente que já assegurou a inércia de eventuais forças de bloqueio que impeçam a suspensão da Constituição (só más línguas podem pensar na asserção inversa).

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