11 junho 2012

 

Nada a esconder na Books de Junho

Segue-se texto do colaborador do Sine Die Luís Eloy que lhe atribuiu o título em epígrafe:


Nem de propósito o dossier da revista Books de Junho é dedicado à sociedade de vigilância e ao pretenso (ou pretendido) desaparecimento da intimidade da vida privada.
Três textos se destacam: de David Cole, de Daniel J. Solove e de Peter Singer. Os dois primeiros são juristas e professores norte-americanos e o terceiro é um bem conhecido filósofo, com obra traduzida entre nós.
Afloram-se questões jurídicas bem actuais como a eventual necessidade de mandado para a utilização de um GPS colocado para seguimento de uma viatura por um período longo (IV Emenda da Constituição Americana e a decisão do Caso Jones) ou se a revista de um suspeito permite o acesso aos seus SMS.
Mas também as consequências para a intimidade do admirável mundo novo do Facebook, Google, Twitter e do acesso do Estado a dados privados dos cidadãos.
Um bem interessante dossier, cujo único defeito é ser pequeno, e do qual retiraria uma simples frase, infelizmente cada vez mais programática, do sociólogo Edward Shils, de 1956, no apogeu do maccarthysmo, que dizia que uma democracia liberal passa pelo respeito da vida privada dos cidadãos e pela transparência do governo.

Luís Eloy






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