22 junho 2012
O desassombro de Soares
Mário Soares, por vezes, entra a
fazer declarações desalinhadas e a verdade é que consegue partir a loiça. Com o
desassombro que caracteriza algumas das suas tomadas de posição e a soberana indiferença de quem se
está borrifando para o que possam pensar do que diz, mas não abdicando do
efeito que as suas atitudes possam causar, ele arremete de frente contra o
touro e com um certo prazer na arremetida. Não é que valham pelo ineditismo, mas
algumas das suas palavras, ditas por ele, com a autoridade dele, arreliam muita
gente e têm o condão de mostrar, com maior realce, que o “rei vai nu”.
É o caso das suas declarações
vindas agora a lume na imprensa, a respeito da troika e da senhora Merkel.
Reproduzo do “Público”:
A troika o que faz é ganhar o seu
dinheirinho – e os seus membros ganham razoavelmente bem – e garantir que os
mercados continuem a mandar nos Estados e que os Estados se transformem em
protectorados.” Soares apelou mesmo à insubordinação contra a troika e mostrou
estranheza por os portugueses permitirem que «uns tecnocratas que ganham rios
de dinheiro decidam o seu futuro.»
Quanto à senhora Merkel, Soares
disse que «está na hora de a senhora Merkel regressar à Alemanha de Leste e de
se fazer esquecer».
De caminho, afirmou que teria
muito prazer em apoiar uma candidatura
à presidência da República do ex-secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, em 2016. Soares revela-se, na verdade, um político imperecível. É por essas e por outras que, às vezes, apetece dizer: “Soares é fixe”.
à presidência da República do ex-secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, em 2016. Soares revela-se, na verdade, um político imperecível. É por essas e por outras que, às vezes, apetece dizer: “Soares é fixe”.