15 dezembro 2012
O massacre
Mais um massacre numa escola,
desta feita, no Estado de Connecticut.
Um indivíduo de 24 anos, armado
com quatro armas de fogo e vestindo um colete à prova de bala, irrompe numa
sala de aula e mata 27 pessoas, entre as quais a sua mãe e 18 crianças com
menos de 10 anos. Depois disparou uma das armas sobre si próprio.
O que é que levará estes jovens
americanos a terem tal predileção pelas escolas, matando alunos e professores?
O efeito Columbine?
E antes do efeito Columbine era o
quê?
Que raiva, que negatividade pretendem
eles exprimir?
Por que não se suicidam, pura e
simplesmente?
Suicidam-se como coroamento final
de uma vontade enorme de devastação?
Ou, simplesmente, para fugirem à
justiça?
Se querem provocar um massacre,
por que é que não atam à cinta uma quantidade de bombas, como acontece na
Palestina, em Israel, no Iraque?
A liberdade de compra e venda de
armas e de uso e porte de qualquer arma, se facilita actos desta natureza, não
me parece que constitua a sua verdadeira justificação. Não. A motivação mais
profunda está noutro lado, num outro complexo de razões.
Naqueles países acima referidos,
os kamikaze matam-se, querendo provocar
o máximo possível de devastação, mas actuam
ainda por uma causa (política, religiosa, étnica) ou para vingarem uma
humilhação colectiva. E muitos acreditam que são mártires e que, depois, irão
para os anjinhos (sem metáfora).
Mas, em casos como este de Connecticut,
que sentido (ou que sem sentido) para o massacre?
É essa interrogação que é
profundamente perturbadora.