27 maio 2014
O Papa e o muro
Ontem o "Público" trazia uma fotografia com uma carga política e simbólica tremenda: Francisco com a cabeça encostada ao muro, não o Muro das Lamentações dos judeus (onde ele também foi obviamente), mas o muro do apartheid que Israel impõe aos palestinianos, barrando-lhes a passagem com uma parede de betão com 8 metros de altura. A este muro nunca vão (apesar de saberem que ele existe) os dirigentes do muito democrático "Ocidente". Mas Fancisco foi, e nele meditou, mimetizando a atitude dos judeus no seu muro, assim implicitamente estabelecendo um paralelo entre o sofrimento imposto historicamente aos judeus e o sofrimento agora por estes imposto aos palestinianos, que nenhuma culpa tiveram na história da perseguição antissemita... Um gesto de um alcance político muito intenso. Francisco não tem medo de atitudes difíceis. Lembre-se que a sua primeira saída do Vaticano foi a Lampedusa.