05 janeiro 2015
Ulrich Beck
Morreu há poucos dias. Tornou-se famoso pela sua teorização da "sociedade do risco". Ultimamente assumira-se como um militante de oposição à "Europa alemã" promovida pela chancelarina "Merkievel". Vale bem a pena ler o livro "De Maquiavel a Merkievel: estratégias de poder na crise do euro", publicado pelas Edições 70. Retiro do livro este parágrafo, enunciando um apelo a um projeto cosmopolita à maneira kantiana, que sabe bem ler num alemão de hoje: "Está na altura de também os «excedentários» (Zygmunt Bauman), o precariado, os membros da classe média ameaçados de decadência, os jovens com boa formação académica que não têm qualquer hipótese de arranjar um emprego fixo, as pessoas idosas cuja pensão sofreu cortes, em suma, todos aqueles que são afetados como «danos colaterais» humanos em toda a Europa pela política de austeridade, tomarem a peito o imperativo cosmopolita: têm de cooperar a nivel transfronteiriço e empenhar-se, em conjunto, não por menos Europa, mas sim, a partir da base, por uma união política que se reja por princípios social-democratas, uma vez que só esta será capaz de enfrentar eficazmente as causas da miséria."