05 outubro 2015
The day after
E pronto. Ganhou a coligação que
quer ir para a frente de Portugal. Não ganhou totalmente. Foi uma meia vitória
ou até uma derrota. Depende das perspectivas. Para ela própria, coligação, foi
uma vitória, porque quer continuar a ser governo; para o PS foi uma vitória com
sabor a derrota, porque quer impor condições a esse governo, já que a coligação
não obteve uma maioria que lhe permita governar a seu talante, como até aqui; para
a esquerda à esquerda do PS foi uma clara derrota, porque, somando todos os
votos da esquerda, incluindo o PS, há uma maioria clara a favor desta. E pode,
nessa medida, a dita maioria contribuir decisivamente para pôr baias ao
governo, ou até alimentar veleidades de certos partidos passarem a entrar para
o chamado “arco da governação”, o que se antolha muito difícil.
De qualquer forma, o governo da
coligação não terá, agora, a controlá-lo apenas o Tribunal Constitucional, como
até aqui, mas outras formas institucionais de controlo, nomeadamente o
Parlamento, o que, do meu ponto de vista, é francamente positivo. Não o será
para a coligação, nem certamente para o senhor Shauble, a senhora Merkel, o
presidente do Eurogrupo e outros que tais da União Europeia, que prefeririam
apresentar o seu bom exemplo lusitano como tendo obtido um êxito estrondoso.
Isso é que seria a cereja em cima do bolo da austeridade. Mas é para a nossa
democracia. Ou é suposto ser. Veremos.