17 setembro 2015

 

Jeremy Corbyn

O Partido Trabalhista britânico elegeu como líder, contra os avisos apocalípticos de Tony Blair (ainda mexe, mas não o ouvem...), Jeremy Corbyn, um homem que é de esquerda e quer o partido à esquerda. Foi um verdadeiro escândalo: o "Finantial Times" e a "Economist" tocaram os sinos a rebate, vem aí um perigoso radical que prejudicará o partido e o afastará por muito anos do poder, esquecendo que, enquanto porta-vozes do capitalismo financeiro, estes espécimenes da imprensa não estão em condições de avaliar o que é bom ou mau para o Partido Trabalhista... Por cá, o "Público" também está vigorosamente contra o novo líder (a quem acusa de cometer o delito de "desenterrar o socialismo"), e a Teresa de Sousa está fula com este "extremista"... Ainda por cima, ele é republicano e ateu!!! Este homem não tem lugar na Europa de hoje! Aparentemente indiferente a estas críticas, Corbyn já assumiu funções. E logo começou por cometer um crime grave: não cantou o hino do país numa cerimónia oficial... Foi portanto acusado de "traição" pelos tablóides... lídimos representantes da imprensa de lixo que tem forte representação do outro lado da Mancha. O facto é que Corbyn não quis cantar um hino em que se pede a deus para conservar ("save") a rainha (pela longevidade da mesma, aparentemente deus tem respondido ao apelo). Uma letra tão anacrónica não pode ser cantada por um republicano sem um sentimento mínimo de repulsa... Em todo o caso é o hino oficial do citado país, e enquanto não for revogado Corbyn não poderá escapar a soletrá-lo de vez em quando... Mas o que importa é que ocorreu algo de novo naquele reino e, por extensão, na Europa. Vamos ver em que medida esta eleição pode contribuir para um reforço da esquerda a nível europeu...





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