02 novembro 2018
Sergio Moro
Sergio
Moro, o juiz que investigou, acusou e condenou Lula de uma forma
expedita, depois de uma curta reflexão, aceitou integrar o governo
de Jair Bolsonaro. O juiz tem uma venda nos olhos, não vê
ideologias e olha a direito, não o direito. Ele é o braço armado
da justiça de Jair Bolsonaro, o eleito presidente que manifestou a
intenção de criar uma cláusula de exclusão da ilicitude para a
actuação policial, que quer atribuir aos brasileiros (quais?) o
direito de livre acesso às armas, como nos “States”, que
exprimiu o desejo de ser o melhor amigo de Trump e que já declarou
mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Sergio Moro é um primor, mas a ambição traiu-o. Desmascarou-o.
Põ-lo a nu e o que ficou à mostra não é muito digno de se ver. É
no que dá este tipo de juiz puríssimo,correctíssimo,
militantíssimo e direitíssimo. A linhagem que se começa a
desenhar, desde Di Pietro, desta espécie de juízes que, da sua
cruzada justiceira, passa sonsamente para a ribalta política, como
quem vai contrariado, mas por puro amor à causa, é uma desgraça.