07 fevereiro 2019

 

A greve dos enfermeiros




A greve dos enfermeiros levanta-me sérias dúvidas.
Em primeiro lugar: a greve é um direito dos trabalhadores, mas como todos os direitos fundamentais consagrados na Constituição, não é um direito absoluto. Tem de sofrer o confronto com outros direitos. A greve torna-se ilegítima, quando afecta seriamente a realização (o conteúdo essencial) de outros direitos fundamentais. No caso, o direito à saúde e mesmo o direito à vida.
A greve está a pôr em causa o direito à saúde dos cidadãos em geral, na medida em que afecta a integridade e a manutenção do serviço nacional de saúde, estando a contribuir para a sua degradação, quer pela debilitação dos recursos existentes, quer pela fomentação da procura dos serviços pricados de saúde. Por outro lado, está a pôr em causa o direito à saúde e, porventura do direito à vida daqueles cidadãos em concreto que vêem proteladas por tempo indeterminado as cirurgias de que carecem, afectando sobretudo as pessoas mais débeis economicamente.
Em segundo lugar, o recurso ao crowddfunding por parte dos grevistas, permitindo-lhes prolongarem uma greve por tempo indefinido provoca as maiores perplexidades. Na verdade, esse tipo de angariação de fundos, para além de outras razões, pode ser aproveitado por quem vise objectivos espúrios, nomeadamente pôr em causa o serviço nacional de saúde. De onde provêm esses fundos? Será dos próprios trabalhadores em greve? Não é concereteza. A sua origem é desconhecida.






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