31 julho 2019
Sérgio Moro
Sérgio Moro está a mostrar a
sua verdadeira face, servindo-se do cargo de ministro da Justiça
para fazer sumir as provas que têm sido dadas a lume pelo site
Intercept e que
põem em causa a sua conduta no processo de Lula da Silva,
nomeadamente por colaborar com o Ministério Público, fazendo-lhe
sugestões, fornecendo-lhe pistas, dando-lhe indicações
e mesmo instruções,
revelando assim um comportamento parcial, interessado e a todos os
títulos reprovável. Outras revelações têm sido feitas que
denotam, para além de parcialidade, uma instrumentalização do
processo no sentido de conseguir determinados objectivos políticos.
Ora, a destruição dessas
provas que têm sido dadas a lume (porque se trata de uma verdadeira
destruição) parece que vai ser operada por meio da emissão de uma
medida legal adequada que as faria desaparecer com o fundamento de as
mesmas terem sido obtidas ilegalmente. Curiosa interpretação esta,
que com fundamento na ilegalidade do comportamento do jornalista, por
invasão da esfera da privacidade de autoridades públicas em
funções, vai fazer desaparecer a ilegalidade muito mais grave e de
inegável relevância pública, porque ofensiva, desde logo, do
princípio estruturante do Estado de Direito democrático, do
comportamento do juiz do processo e actualmente ministro da Justiça,
que assim, também, incorre num abuso de poder com a agravante de ser
para resolver um caso que lhe diz respeito.
Este comportamento revela o
vezo totalitário do actual ministro da Justiça do Brasil e põe
seriamente em causa a sua verticalidade ética.