26 janeiro 2010

 

O impagável Chávez

Hugo Chávez tem caminhado a passos mesurados para o seu socialismo.
Como teórico tem contribuído com inovadoras análises para o desvendamento das manobras do imperialismo americano e da luta sem tréguas que lhe deve ser movida. Por exemplo, para não irmos mais longe: a sua sagacíssima interpretação do recente terramoto do Haiti como produto de uma maquinação imperialista dos Estados Unidos da América. Estes causaram o sismo através de ondas de choque provocadas por bombas atómicas subterrâneas para se instalarem e apropriarem da infausta ilha. E é assim que tentam chegar ao Irão, de que Chávez é fiel aliado, tentando desmoronar a teocracia anti-imperialista. Seria difícil conceber mais ousada e revolucionária interpretação da realidade contemporânea. Absolutamente digna de figurar numa antologia de l´humour noir do século XXI.
Como prático, é de um tacto inexcedível, talvez superior a qualquer dos abencerragens históricos do velho socialismo. Basta lembrar a sua recente medida de calar a “Caracas Television” por cabo, por não ter transmitido o seu discurso de domingo passado. Presume-se que os discursos de Chávez são pérolas que se não podem perder. Nem serão para desperdiçar os seus preciosíssimos ensinamentos. De sorte que desprezá-los é, em primeiro lugar, atentar contra o seu insubstituível papel de guia e timoneiro do povo; em segundo lugar, é atentar contra o próprio povo, de que ele é o imprescindível guia e timoneiro. Em suma, é um duplo atentado que só podia merecer uma resposta: o silenciamento do canal. De mestre. Este homem vai figurar nos anais da História. De certeza.





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