22 março 2010

 

Combate sem tréguas nem quartel contra a corrupção

É de bom tom, é popular, é rentável politicamente, ser contra a corrupção. Todos são contra a corrupção (embora certos estudos não ratifiquem completamente esta ideia...).
Os partidos políticos são obviamente contra a corrupção. Todas as personalidades políticas, todos os comentadores, todos, enfim, os que têm acesso à palavra pública são enormes inimigos da corrupção. E indignam-se como ela por aí grassa, como há tolerância das instituições, como os tribunais são incapazes de a combater...
E então aparecem as propostas, todos querem aparecer como ferozes inimigos da corrupção, e avançam propostas drásticas (saber se são constitucionais é um mero pormenor, ou melhor, uma questão bizarra suscitada por alguns suspeitos colaboracionistas...).
É assim que aparecem o enriquecimento ilícito, que vai ganhando crescente credibilidade, o "crime urbanístico" (???), e por último a equiparação dos presentes a subornos... (cuidado, especialmente, com os relógios, os decantadores, os centros de mesa e as canetas)
A unanimidade está praticamente assegurada. É uma questão patriótica e unificadora das forças vivas da Nação.
Mas, se passar essa legislação de emergência, cá estarei para ver (e rir) quando aparecer o primeiro processo contra uma personalidade sonante...





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