06 setembro 2010
As virtudes do sabão azul e branco
Já se sabia que o sabão azul e branco é preferível, do ponto de vista da higiene, aos sabonetes que por aí abundam. O que se ignorava completamente é que é um precioso auxiliar para os arguidos "aflitos", permitindo-lhes interromper um interrogatório judicial que está a correr para o torto. É assim: pede-se para ir à casa de banho, o que geralmente é concedido; depois pega-se no sabão azul e branco, que normalmente é o que é facultado naquelas instalações, e come-se um bom bocado. Minutos após o regresso à sala da tortura, o efeito é infalível: o arguido começa por sentir-se mal disposto, depois vomita (de preferência para cima do juiz, para melhor o convencer) e a consequência é naturalmente a interrupção do interrogatório. É garantido.
Pelo menos é garantido por um dos arguidos do "Casa Pia", que agora vem vangloriar-se da forma como enganou o juiz de instrução. Que venha publicamente gabar-se da façanha, como de um acto heróico cometido, diz bem do actual estado da nossa "consciência colectiva".
Pelo menos é garantido por um dos arguidos do "Casa Pia", que agora vem vangloriar-se da forma como enganou o juiz de instrução. Que venha publicamente gabar-se da façanha, como de um acto heróico cometido, diz bem do actual estado da nossa "consciência colectiva".