14 setembro 2010
O acórdão, a justiça e os comentários
Foi finalmente publicado o acórdão do processo “Casa Pia”. Teria sido preferível que a decisão estivesse disponível ao mesmo tempo que se procedeu a uma sua leitura por súmula. Os percalços por que passou a sua publicação integral hão-de servir de escarmento para situações idênticas no futuro. Porém, os comentários que se teceram a propósito oscilaram entre o catastrofista, o mal-intencionado e o soez. Tudo serviu para denegrir, deitar abaixo e descredibilizar uma instituição que parece ser objecto, no presente momento, de uma euforia derrotista, independentemente ou para além dos erros que se cometem, das debilidades que se têm revelado e dos fracassos que a desacreditam. Alguns comentários foram mesmo de “caixão à cova” e tão ridículos, que manifestaram mais a indigência mental de quem os escreveu ou proferiu, do que a real situação da justiça em Portugal. Somos um país que tanto se emociona de uma forma papalva com a mais comezinha situação, como faz um berreiro histérico com o mais pequeno deslize.