19 outubro 2010
O orçamento e aquela que ascendeu em nome do bem comum
A autodenominada Ascendi esclarece que, por ora, afinal apenas carece de 150 milhões para a reposição do seu equilíbrio financeiro, generosidade de quem informa: o Estado Português é o nosso principal parceiro de negócio.
Mas, como não há empresa que ascenda sem desejo de lucro, como avaliar os representantes do parceiro de negócio que propõem oferecer ao tal parceiro (que já ascendeu) bastante mais do que ele supostamente quer?
E será que o que a auto-denominada Ascendi quer corresponde ao que lhe deve ser dado na óptica dos interesses do parceiro de negócio? Se assim for não se percebe como a Ascendi sequer consegue sobreviver, quanto mais ascender, pelo que se está condenada talvez mais valha aliviá-la do esforço, até porque vem aí a recessão e tudo se pode tornar mais difícil para filantropos ascendentes.
Já que a Ascendi nos esclarece sobre a sua visão da parceria , não seria altura dos accionistas do seu parceiro de negócio reequacionarem o dito cujo em nome do bem comum (que pode não coincidir com o bem da ascendente Ascendi)?
É que se a Ascendi encara a nossa relação sempre numa perspectiva win-win, decerto reconhece que em democracia se deve alterar legalmente o que se revela a big loose para o bem comum, até porque a amiga Ascendi vê o Estado Português como uma entidade que se confunde com o País, com o bem-estar e o bem comum, perceberá que em nome destes possa ser produzida legislação que cesse a sua ascensão (até porque já terá ascendido bastante) o que pode implicar a renúncia à à reposição financeira da Ascendi, e que aqueles que cuidam do bem comum orçam em 587,2 milhões de euros (p. 212), ascensão de 289,6 % num orçamento dito de rigor.
Etiquetas: a normalidade, Terceira República