16 abril 2012

 

A futura justiça no Portugal profundo

A ministra da Justiça anunciou que alguns tribunais podem vir a ser substituídos por "balcões de atendimento", como "extensões" dos tribunais, apenas dotadas de funcionários. É verdadeiramente genial em termos de gestão financeira. Poderão funcionar, digo eu, nas juntas de freguesia, nas lojas "pay shop", ou mesmo em mercearias, barbearias, ou outras instituições locais de interesse público. A ideia não é inteiramente original. Já há uns anos, Boaventura Sousa Santos tinha proposto que nos lugares afastados os tribunais fossem substituídos por carrinhas (exatamente, carrinhas) albergando um juiz, um procurador e um funcionário, que iriam por esse país profundo (aliás cada vez mais no fundo), administrando justiça ao "bom povo", colocado previamente em fila aguardando pacientemente (como deve sempre aguardar o povo) a chegada dos senhores doutores. A solução agora proposta é por um lado melhor, por outro pior. Já não haverá senhores doutores, mas o atendimento será permanente. Os cafres é que serão os mesmos.





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