10 agosto 2014
Estranha assessoria
De toda aquela enorme trapalhada do BES, em que mais uma vez o Estado (e nós) fica embrulhado com alguns milhares de milhões de euros, há um aspeto curioso, a que não foi dado qualquer relevo, mas que me parece muito interessante. Foi, na verdade, noticiado que o BP, quando decidiu intervir no BES, "contratou o gabinete de advocacia VdA [Vieira de Almeida] para prestar assessoria na matéria e ajudar a 'formatar' uma solução que respeitasse o novo quadro da União Bancária Europeia." ("Público" de ontem, p. 19)
Pasmo com esta notícia. O BP precisa de assessoria, de fora, nesta matéria? Não tem nos seus numerosos e valiosos (e bem pagos) quadros ninguém que perceba do assunto? Não há em todo o aparelho do Estado nenhum serviço habilitado a prestar aquela "assessoria"? Quais os honorários de um "serviço" como este? Não será mais barato e confiável o Estado ter quadros habilitados?