14 maio 2006
Retrocesso civilizacional
Quase todos os dias nos chegam notícias dos EUA que confirmam que o que ali se passa desde 2001 é uma estratégia coerente de retrocesso civilizacional, patente sobretudo no plano dos direitos civis. Por exemplo: Zacarias Moussaoui vai cumprir a sua prisão perpétua numa cela de 2,1 por 3,6 metros nela permanecendo 23 horas por dia! Isto é uma indignidade para um sistema penal democrático! (Faz-me lembrar as cinco prisões perpétuas que o palestiniano Marwan Barghouti cumpre em Israel: será que ainda cumpre a primeira? quando inicia o cumprimento da segunda? e da terceira, etc.?). Outro exemplo muito actual: o programa de escutas e de registo de chamadas telefónicas, por ordem do Presidente e sem autorização judicial. A ideia é esta: na "guerra ao terrorismo" (como também, mas em menor medida, na "guerra à droga"), as regras de investigação são outras, isso de "garantias" dos arguidos e das pessoas em geral é uma velharia para colocar no baú, o Presidente é que sabe o que é bom para os americanos. E estes, deve-se reconhecer, aturdidos pela simples palavra "terrorismo", em grande número deixam-se levar pela "música" presidencial.
Mas o Presidente, anuncia-se, prepara mais algumas medidas: uma investida nos tribunais, com uma vaga de nomeações de juízes conservadores (vamos ver como se aguenta o poder judicial, tradicionalmente cioso da sua independência); uma proposta de emenda constitucional para proibir o casamento homossexual e mais restrições à prática do aborto. É efectivamente toda uma investida profunda e sistemática no âmbito dos direitos civis, pondo em crise a tradicional imagem liberal de que os EUA usufruem no estrangeiro.
E atenção: há o perigo de, depois do George H. e do George W., vir o Jeb Bush continuar a obra do pai e do irmão. (E cuidado: ainda há mais irmãos Bush!) Os americanos que se ponham a pau. As baterias não estão só viradas para o Irão e outros demónios...
Mas o Presidente, anuncia-se, prepara mais algumas medidas: uma investida nos tribunais, com uma vaga de nomeações de juízes conservadores (vamos ver como se aguenta o poder judicial, tradicionalmente cioso da sua independência); uma proposta de emenda constitucional para proibir o casamento homossexual e mais restrições à prática do aborto. É efectivamente toda uma investida profunda e sistemática no âmbito dos direitos civis, pondo em crise a tradicional imagem liberal de que os EUA usufruem no estrangeiro.
E atenção: há o perigo de, depois do George H. e do George W., vir o Jeb Bush continuar a obra do pai e do irmão. (E cuidado: ainda há mais irmãos Bush!) Os americanos que se ponham a pau. As baterias não estão só viradas para o Irão e outros demónios...