28 dezembro 2006

 

Balada do Natal

Ufa! Acabou-se mais um Natal! Já se consoou com a família. Já se comeu o bacalhau mais ou menos inglês. Já se desbaratou o décimo terceiro mês e coisa e tal. Já se deram todas as prendas a quem havia a obrigação de dar. Já ficou tudo em fanicos pelo chão, papéis floridos, fitinhas, lacinhos e mais coisas de arrebicar. As luzinhas do pinheirinho a piscar. Já se deram as Boas-Festas a toda a gente que as merecia. Já se mandaram mensagens mil através do telemóvel – mensagens de paz e alegria. É uma invenção maravilhosa esta tecnologia. Permite comunicar rapidamente para qualquer parte, seja aqui, seja no estrangeiro. Em suma, para o mundo inteiro. Cada pessoa é como se fosse ubíqua. Dispensam-se os postais de cromo e não é preciso nenhum carteiro. Dantes, era preciso escrever tudo à mão. Que enfado! Agora não. É só premir o respectivo botão. E do outro lado saem logo as Boas-Festas e um Novo Ano do baril. Quem gosta de tudo isto é a Optimus, a PT Comunicações, a Vodafone e outras empresas de comunicações que nos levam ao redil (vocábulo que vem de rede).
Já se matou das compras a sede. Foi uma lufa-lufa, um corrupio de um lado para o outro. Ufa! Já se comeram todos os jantares: jantares da empresa; jantares da secção; jantares com os amigos e com os vizinhos do lado; jantares lá do ginásio e do clube, mais da Associação, que aproveitou a ocasião, para pedir mais uma ajuda, mais um esforço para obras de bonificação. Foi um autêntico prazer de estar à mesa.
A quadra do Natal é a mais bonita do ano, mas dá um stresse do catano. Gloria in excelsis Deo, que nos dê, ao menos, um ano de cada vez, o décimo terceiro mês e nos livre das más tentações daqueles que, socialistas ou não, congeminam truques do orçamento para nos levarem cada vez mais IRS e, à conta de privilégio, darem também cabo daquele suplemento.





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