10 junho 2009
Camões
Pouca gente se lembra de Camões no dia do mesmo. É um dia de solenidades, de discursos, de condecorações (gostei sobretudo da da UGT, muito justa pelos numerosos serviços prestados).
Camões, e a sua poesia, fica completamente na sombra.
Por isso, lembro aqui uma estância muito famosa e porventura muito oportuna.
Nô mais, musa, nô mais, que a lira tenho
Destemperada, e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza.
(Canto X, CXLV)
Camões, e a sua poesia, fica completamente na sombra.
Por isso, lembro aqui uma estância muito famosa e porventura muito oportuna.
Nô mais, musa, nô mais, que a lira tenho
Destemperada, e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
De uma austera, apagada e vil tristeza.
(Canto X, CXLV)