08 outubro 2008

 

Kosovo: pressões irreversíveis

Cometi aqui há poucos dias um erro lamentável, ao dizer que o Governo português resistiu vinte e tal dias a decidir reconhecer o Kosovo como independente. É que, na realidade, essa resistência foi de quase oito meses, o que é obra! Mas enfim, Portugal não fugiu à "irreversabilidade" de seguir a tendência largamente maioritária da UE...
Mas, esclareceu o ministro Amado, não haja confusões: a decisão nada tem a ver com "pressões internacionais", que isso Portugal não admite a quem quer que seja!
Mas a posição oficial portuguesa tem um aspecto muito curioso: ao mesmo tempo que reconhece a independência daquele território, apoia o pedido da Sérvia endereçado ao Tribunal Internacional de Justiça para apreciar a legalidade da declaração unilateral de independência.
E a pergunta é: então Portugal tem ou não dúvidas sobre a legalidade de tal declaração? Porque, se as tem, não pode reconhecer a independência; se as não tem, não pode apoiar o pedido da Sérvia. Ou será que existe uma "terceira via"?





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